sábado, 4 de março de 2017

por hora, da minha zona de conforto eu não saio

Cara,  como é difícil se relacionar. E quanto mais o tempo passa mais me certifico de que eu não tenho o dom para tal. Desde sempre ouço minha mãe falar que estar junto é ceder. Que muitas vezes a gente abre mão do que quer pra poder estar a dois. Sempre refleti muito sobre isso. Quando meu namoro acabou, cheguei à conclusão de que na verdade, eu não tinha maturidade nem disponibilidade para fazer a coisa acontecer, de lá pra cá, optei por cuidar de mim e desenhar o meu caminho sem ao menos cogitar a possibilidade de ter coparticipantes.
Fluiu por anos, hoje, depois de adoecer e de me sentir velha e vulnerável andei repensando algumas escolhas e percebi que ter alguém é somar, agregar e ir além... Dai em diante, sumi de algumas agendas, apaguei alguns contatos da minha e me permiti criar raízes e conhecer quem chega. Sabe qual foi conclusão? QUEM CHEGA NÃO SABE O QUE QUER. Estar com o outro requer calma, escuta e cuidado. Nem sempre aquilo que te falam é o que de fato é, pode ser o que se quer, fantasia ou idealização. Como descobrimos isso? Apanhando na cara! Rs ... Simples assim.
Sim, sou psicóloga... mas se relacionar vai aleeem de diploma e formação. É entrega, cuidado, afeto, coisas do tipo e que simplesmente acontece quando é mutuo. Percebo que muitas pessoas se contentam com o pouco que o outro oferece pelo simples fato de ter medo da solidão. Eu já vou além disso, prefiro mil vezes estar só do que me contentar com o pouco do outro e de quebra levar minha paz embora. Tenho um puta cuidado nesse trato de estar com o outro e do quanto eu acredito e peço para que as coisas sejam 50 e 50%. Difícil criar morada num lugar em que em minutos tudo pode mudar, a inconsistência do outro não me atrai, me repele.  Eu não sei sair da minha zona de conforto pra entrar na tormenta alheia da mesma maneira que não enfio ninguém na minha.

Descobri que tenho um medo do caralho de relacionamento! Mas não por insegurança ou ciúme, simplesmente porque é uma coisa que depende de dois pra poder rolar e eu sempre vou saber só de mim. E eu sou tão preciosa pra mim que não posso servir de marionete na mão de ninguém. Sou razão do fio de cabelo ao dedinho do pé, mas quando a emoção me pega, me jogo de cabeça e as vezes a piscina é bem rasa. Ouço meus amigos dizerem que estão em noivado e que junto com seu par, estão financiando apartamento , outros criando seus filhos e eu só sei que quero a minha paz. E eu só sei que tenho a mim mesma e isso me traz muito afago e bem estar. Acho que tenho pânico de casamento, acho que tenho medo absurdo de ficar a mercê de quem não sabe o que quer. E agora senhora psicóloga como tratar tudo isso? NÃO SEI! Só sei que por hora, da minha zona de conforto eu não saio, refaço meu mundo, traço novos planos, estudo mais um pouco, encontro um novo trabalho e tudo por mim e pra mim, porque eu me amo de verdade e eu vou sempre cuidar bem de mim. Não por egoísmo, mas por saber que posso contar comigo sempre. E se no susto a gente aprende (post anterior), com o que fica do susto a gente aplica a vida, reflete sobre o que tem feito e começa a reorganizar o que ficou, no mais, vida que segue... J