quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Dá trabalho ser autor da própria história

 



     Em meio a pandemia, inúmeros casos de desemprego, pessoas do entorno tristes e desmotivadas, relacionamentos em crises, amigos ausentes, doces, massas e afins e os dias passando. Num belo dia sem sol me senti completamente sem norte, sem esperança, sem novidade olhando para o mundo cinza, iniciando mais uma crise de pânico, com pinceladas de depressão. Noites sem dormir, concentração zero, empurrando os dias com a barriga, eis que surgiu a ideia de saber quanto essa barriga pesava, subi na balança, 100 quilos, SIMMM cem quilos. Essa nova descoberta me jogou na lama. Me afastei de tudo e todos e passei apenas a observar. Cansei de ter síndrome do pânico, cansei de ser vítima de circunstancias que eu mesma me coloquei. É chegada a hora de reagir, rever conceitos, planos e mudar a reação. Sentar na cadeira do passageiro de uma vida que é sua dói o mesmo tanto que sentar no volante e assumir o rumo. Aos 20 anos almejei que aos 30 anos estaria casada e seria mãe. Hoje aos 31, não me casei e não tive filhos, de quebra descobri que o meu maior medo é ser infeliz e emocionalmente dependente. Nenhum pouco frustrada e muito convicta que pra ser um bom par é imprescindível ser um bom ímpar. É tediante você perceber pessoas reclamando de seus relacionamentos e vivendo eles, ou amizades que já não possuem mais partilha nem soma e as pessoas parecem obrigadas a estar ali. Pera ai, você escolheu a vida que está levando hoje ou ela foi tomando rumo por si só? Ainda diante disso, você vai passar mais quanto tempo reclamando e não tomando atitude? Meu emprego me consome, meu relacionamento me aprisiona, o Brasil ta caótico, SP está fazendo 50 graus. Ok... Tudo verdade, ta todo mundo fudido mesmo, mas a porra da vida ainda é sua. Se aos 30 não veio a maternidade e o casamento você vai morrer ou procurar outras realizações? Se aos 40 com filho e casada você descobre que seu casamento é uma merda mas você tem filho. PARA DE ENCONTRAR DESCULPA! ENCONTRA SOLUÇÃO. Diante disso te convido a refletir (e de antemão se vc está lendo isso, certamente passou pela minha vida e seja qual contribuição deu, sou grata!)  Ou de fato esse emprego ruim não é tão ruim e você caiu no vício da reclamação, ou ele de fato é uma merda mas você não é uma arvore e pode migrar pra algo melhor. Mas Bianca, estamos vivendo uma pandemia, crise econômica, inflamação e o cacete a 4 OK, mas a vida é sua! E ainda sim vc tem escolhas do que viver. Ah meus amigos não estão na mesma pegada de vida que eu, não nos vemos, não nos falamos. Amiguinho deixa eu te contar, num grupinho de 5 amigos você é a média, diante disso, olhando pra vc, são essas pessoas que vale partilhar os momentos?

Meu relacionamento não me faz feliz, não me sinto completa... Será que é o relacionamento ou você optou por colocar na responsabilidade do outro uma conta que é só sua? Ahh mas meu casamento vive em crise. E Vc esta nele pq? Medo de solidão? Filhos? Que tipo de pessoas almeja formar? Fracassados emocionais que se alimentam das prisões alheias? Digo e repito só se é um bom par (amigos, namoros) quando se é um ótimo ímpar. Você prefere conduzir uma vida que é sua ou prefere que o outro faça por você. Será que as relações são difíceis ou as pessoas estão perdidas nelas mesmas aguardando que o outro assuma a responsabilidade afetiva? VÁ TRATAR DE VIVER, VA CONSTRUIR NOVAS HISTÓRIAS, NOVOS RUMOS!!! Que mãe/pai você quer ser pro seu filho? Aquele que sustentou a farsa de um relacionamento bosta e infeliz ou aquele que viveu e tem afeto e beleza no viver? Quando foi a última vez que você fez uma coisa incrível por você? Sair da zona de conforto da um medo danado, rever conceitos, abrir mão de coisas, ajustar dá trabalho, cansa, mas quando você olha pra vc, quando vc faz algo que te dá prazer... seja um doce, um filme, um beijo, o sexo, parece que a vida toma uma cor, muda a playlist e se torna mais leve.

Eu desejo que você se redescubra, se priorize, se ame e viva com prazer.

E oh, vem novidade por ai... ;)

quarta-feira, 3 de junho de 2020

ta tudo bem nao estar tudo bem


Hoje eu queria um abraço daqueles que sufoca, tipo abraço de urso, que te faz sentir seguro e protegido.
Parece que a vida me colocou no entorno de uma bolha aberta, vez e outra ela fecha e me faz sentir medo de tudo, de todos. Eu passei a dirigir menos e percursos curtos, não saio mais a noite, não conheço pessoas novas. No meio disso tudo veio uma pandemia e ai a bolha passou a hora sufocar, hora ser afago. Quando sufocava não podia sair pq la fora corria risco e quando era afago eu virava uma estátua. O passar do tempo me mostra que nada me move, nada me encanta, nada me fascina, em nada eu vejo cor, parece que a vida recebeu um start e foi ativada, só não vai quando o medo barra, mas porque e como vai? Não sei o piloto automático leva.
Eu me sinto feia, fraca, incapaz, burra e completamente sem motivação de nada! E eu não quero falar, não quero explicar, não quero nada! Só o abraço, só o aconchego, mas o covid também não deixa, não quero pedir nada, não quero ir a lugar nenhum.

...”Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior
Pra entender porque se agridem
Se empurram pro abismo
Se debatem, se combatem sem saber
Meu amor, deixa eu chorar até cansar
Me leve pra qualquer lugar
Aonde Deus possa me ouvir
Minha dor, eu não consigo compreender
Eu quero algo pra beber
Me deixe aqui, pode sair”...

segunda-feira, 30 de março de 2020

Ponto de paz ou equilíbrio





Ao som de O Rappa, musica sentimento, sigo as mal traçadas linhas de hoje...
Já se reparou num dia de tormenta emocional ou existencial procurando um lugar ou um jeito de se aquietar? Aqueles dias que nem mesmo vc entende porque tanto barulho interno mas que precisa se acalmar e silenciar?
Eu tenho esse lugar, o mirante da ponte alta (esse ai da foto). Me peguei lá algumas vezes e nunca entendia porque, até que um dia a minha cabeça me perguntou: porque aqui? Tão longe de casa? E me dei conta que ali existe uma  linha férrea que ainda é utilizada entre as empresas, como transporte de carga. O que aquele cenário me transmite? Viver talvez seja um caminho pesado, longo, duradouro ou passageiro, mas nunca eterno.

O caminho as vezes será reto, em outros momentos cheios de curva, mas também passa. Nós somos os trens, as cargas são as nossas vivencias e o trilho e o nosso cotidiano. Precisamos tratar bem o condutor do percurso, precisamos respeitar nossos desejos, anseios, precisamos nos ouvir, precisamos de pausas, precisamos realizar sonhos, cometer loucuras, precisamos viver e quando por um instante tiver pesado, confuso e difícil. Encontrar um lugar que se encontre e seguir...