domingo, 28 de agosto de 2022

Carta Aberta para o meu novo eu

 Dia 27 de agosto fez exatamente 1 ano que eu abri mão de algumas coisas e mudei o rumo que a vida estava levando há 10 anos. Para além de ter sido o dia do psicólogo que para mim é bastante significativo, esse dia também marca uma mudança gigante na forma como eu passei a assumir a direção da minha vida. Há 1 ano eu decidi não ser mais refém da ansiedade e de psicofarmacos, há 1 ano eu decidi que as pessoas que estavam na vida só se manteriam se tivesse sentido de estarem ali, há 1 ano eu mudei meu modo de ver o meu entorno e a mim mesma.Essas novas percepções e esse novo jeito de encarar a vida me fez pensar no quanto a gente coloca a vida no piloto automático e espera que o outro por si só dê direção nas escolhas que faremos, aguardamos por mudanças ou milagres e esquecemos que não é assim que a vida dá o tom. Tem uma musica do Lenine chamada Leve e Suave:

“Há de ser leve

Um levar suave

Nada que entrave

Nossa vida breve

Tudo que me atreve

A seguir de fato

O caminho exato

Da delicadeza

E ter a certeza

De viver no afeto

Só viver no afeto”


Como você tem levado a sua vida???

A carta aberta para o meu novo eu:

Oi Bianca!
Espero que você esteja bem… Estou há dias pensando em você e achei necessário te dizer umas coisas. Percebi que alguns rumos mudaram e essas mudanças trouxeram novas percepções de si mesma. Parabéns pela ousadia da reconstrução, é deveras desafiador né… mas por diversas vezes necessário se lançar pro novo e sair da teoria. Que bom você ter reavaliado a participação de algumas pessoas nesses novos capítulos que deseja escrever, já parou pra pensar que a gente não aparece na vida do outro e o outro na nossa por acaso? Se me permite te dar uma dica, foca mais no processo e não na intensidade, o tempo é sábio e às vezes um encontro dura minutos e deixa muita lição. Aproveita esse novo para viver o hoje, deixa o amanhã pra depois, segue olhando pra si e não leve bagagens, deixa algumas teorias no modelo antigo, na reconstrução vai em busca de novos aprendizados. Se rolar a insegurança do “ser só” se lembre o que você diz para os seus poucos amigos ”a amizade é além do que se vê” siga construindo esse castelinho do formato que você achar melhor, vá nos lugares que você sempre planejou ir e não foi, busque o prazer nas coisas simples, tem muita coisa dentro de você que responde às inúmeras perguntas que você vem fazendo.

Pra que apressar?

Se nem sabe onde chegar

Correr em vão se o caminho é longo


Quem se soltar, da vida vai gostar

E a vida vai gostar de volta em dobro


E se tropeçar

Do chão não vai passar

Quem sete vezes cai, levanta oito


Quem julga saber

E esquece de aprender

Coitado de quem se interessa pouco


E quando chorar

Tristeza pra lavar

Num ombro cai metade do sufoco


O novo virá

Pra re-harmonizar

A terra, o ar, água e o fogo


E sem se queixar

As peças vão voltar

Pra mesma caixa no final do jogo


Pode esperar

O tempo nos dirá

Que nada como um dia após o outro


O tempo dirá

O tempo é que dirá

E nada como um dia após o outro”

 Estou orgulhosa de você, não se abandone, espero poder falar com você em breve, vá tratar de ser feliz. 




Com amor,
Bianca, 27 agosto 2022.