quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Meuu Deus me ajuda!!!


Sim, potencializa o drama... Se não for pra causar nem vou =P Pois bem, estou há 4 meses desempregada. SIMMMMMM... Quatro meses!!! Seis meses morando sozinha, uma casa, um carro e uma gata pra bancar! Hahahhaha  FODEEEEUOO... hahahahaha 
Brincadeiras a parte... Durante toooodo esse processo vivenciado recentemente, ta quase tudo superado, só falta o campo profissional mesmo! Esses dias me peguei lembrando de quando tudo começou, quando eu ainda era uma operadora de telemarketing (Experiência horrível, mas super válida!), depois os estágios da faculdade e por fim, meu primeiro emprego formada! Assistente de RH que durou 6 meses pela misericórdia de Deus! Tive depressão nessa época... Demitia tanto funcionário que me sentia a pior pessoa do mundo! Sério, tinha semana de eu chegar e as pessoas já saírem de perto, detalhe que quem pedia as cabeças nunca justificava, apenas dava a ordem e eu como subordinava, acatava e oh, foi bem ruim! Pouco tempo depois, surgiu uma vaga de assistente técnico em uma ONG que ficava em parelheiros, tudo era longe e o ônibus demorava muuuuuuito pra passar, me lembro que no dia dessa entrevista eu tinha outra em RH no metro conceição no período da tarde. Lembro também que o processo seletivo tinha cerca de oito pessoas e que tivemos dinâmica de grupo e apresentação pessoal. O lugar era muito feio e longe de tudo! Celular não funcionava, a equipe que trabalhava lá tinha cara de ruim, sabe aquele grupo que se fecha pra que quem chegasse não fizesse parte? Foi essa a impressão que eu tive! Mas era tudo novo, fugia total das demissões e eu me apaixonei por aquela nova realidade, sai de la aquele dia certa de que voltaria (de vdd! Super confiante!!!!) e voltei... Tudo novo, eu sem experiência nenhuma no social, com um mega desafio pra encarar... 120 usuários do serviço, 7 funcionários e cerca de 100 familias pra atender, busca ativa, reunião de pais, relatórios e visitas ás escolas, fora os cursos e reuniões que foram surgindo no decorrer do processo. Em 1 ano eu estava assumindo a gerencia da unidade e organizando a inauguração de outro serviço. Aprendi a fazer DEMES, Quadro situacional, dialogar em reunião de redes, organizar a fila de espera, relatório mensal, planejamento de atividades, captação de recursos e novos parceiros, ENFIM... Foi uma escola! O serviço aumentou, o numero de atendidos e funcionários também, o prédio precisou ser readaptado e eu lá! Depois disso, um novo desafio... Outra Ong, outra proposta, outra faixa etária e outra problemática. Educadora social de jovens, achei que fosse ser engolida, esquartejada, amordaçada, mas entre mortos e feridos, estão TODOS salvos. E o que fica de tudo isso? Recentemente tenho participado de alguns processos seletivos no terceiro setor e tenho reparado o quanto as pessoas acham que terceiro setor é assistencialismo ou caridade, o quanto não se dão conta da nossa responsabilidade enquanto atuantes no setor, seja la qual cargo for. Me apaixonei por tudo isso, me senti plenamente realizada por todos os serviços que passei no social, aprendi pra caramba com tudo que vivi e hoje me vejo tendo que me despedir, que traçar novos planos, sem um pingo de vontade. Me recordo que quando defendi minha tese do TCC a ideia era que TODOS, principalmente a população de baixa renda tivesse acesso/condições de fazer um acompanhamento psicológico e que saúde mental fosse tão importante quanto a física/orgânica. Hoje, chego em entrevistas de emprego pra falar sobre politica publica, e me deparo com psicólogas defendendo a gestão Dória! Dizendo que agora a informação chega e que as coisas acontecem. Vai descobrir onde, nos bairros nobres, vai descobrir onde atua, nos consultórios e clinicas particulares. O que não é desmerecimento nem mal profissional, só destoa da realidade vivida na assistência. É brochante viver tudo isso, é como se os sonhos fossem construídos nos solos de areia ou que eu sou a Alice no país errado. Estamos falando de gente cuidando de gente! Estamos falando de busca e defesa dos direitos e de conscientizar o outro. Estamos falando de jovens periféricos que só veem ótica no trafico de drogas porque não conhece outra coisa, estamos falando de crianças que quando saia de parelheiros pra conhecer o centro de SP por exemplo, passava em frente ao aeroporto de congonhas e batia palma pro avião. Estamos falando de jovens que nunca pisaram numa escada rolante e tem medo de prender o pé. O que parece ser muito engraçado nos dias de hoje mas é real! E ainda temos profissionais de terceiro setor ou saúde mental dizendo que o Dória é um ótimo gestor! Eu me pego pensando no quanto tenho me empenhado a fazer a minha história de carreira profissional nesse campo e o quanto criei utopia, tendo em vista que grande parte dos colegas já inseridos, visam lucro, meta e dinheiro. Onde muitos e deixo aqui nem claro, NÃO ESTOU GENERALIZANDO E SIM APONTANDO QUE É EM GRANDE QUANTIDADE, de profissionais que visam apenas o retorno financeiro! Em julho desse ano entrou a polemica da “Reforma da assistência” com muitos atrasos nos repasses de verba, não renovação de serviços e fechamento de outros. Eu sou a favor da reforma, mas não nessa perspectiva, eu acho que devia ser estudado mais território, investir mais na infraestrura, dar mais maleabilidade nos gastos, mais formação/aperfeiçoamento aos profissionais que de fato tem interesse e mandar embora quem não entende a proposta do social, quem visa lucro e meta no lugar do ser humano e desenvolvimento humano. Enfim... precisava escrever, na verdade passaria horas falando sobre isso, mas já são 2 da manhã e preciso dormir. Estou de fato decepcionada com tudo isso e pensando por onde recomeçar, desistir de tudo me faz mal, mas acreditar em utopias também não esta sendo bacana! Penso também que mesmo me referindo ao fato de morar só, ter uma casa, um carro e uma gata pra bancar, eu ainda estive no social por levar em conta o aprendizado e o amadurecimento que a troca de conhecimento nos traz e achei melhor citar isso, porque soaria falso ou uma afirmação  se embasamento. 

Sem mais, ou com muito mais, porem não adianta! Rsrsrs
Decepcionada ou indignada, mas viva! 
Preciso acreditar em algo de novo, além do amor! <3 font="" nbsp="">


Nenhum comentário:

Postar um comentário